A Ucrânia intensificou significativamente suas operações com drones, visando a infraestrutura de petróleo e gás da Rússia em agosto de 2025. O objetivo dessas ações é desestabilizar a economia russa e limitar sua capacidade de financiar o conflito em curso.
Os ataques resultaram em interrupções substanciais na capacidade de refino da Rússia, afetando aproximadamente 17% da capacidade total, o que equivale a cerca de 1,1 milhão de barris por dia. Essa ofensiva já está gerando repercussões nos mercados de energia, com um aumento notável nos preços domésticos de combustíveis na Rússia.
As incursões ucranianas têm mirado refinarias, terminais de exportação e infraestruturas de bombeamento em diversas regiões russas. Incidentes notáveis incluem um incêndio no terminal de exportação de combustível em Ust-Luga, no Mar Báltico, e danos à Usina Nuclear de Kursk, onde a capacidade operacional da Unidade 3 foi reduzida em 50% devido a destroços de um drone. Outras refinarias importantes, como as de Volgogrado e Saratov, também foram alvos.
Em resposta a essa escalada, o governo russo implementou um banimento às exportações de gasolina em 24 de agosto de 2025, buscando estabilizar o mercado interno. Os preços da gasolina já haviam subido 25% desde o início do ano. Algumas regiões, como a Crimeia e a Sibéria, começaram a implementar racionamento de combustível, com aumentos de até 45% nos postos.
Analistas apontam que a estratégia ucraniana visa não apenas causar danos econômicos, mas também aumentar seu poder de barganha em futuras negociações de paz. A capacidade da Ucrânia de realizar ataques contínuos e coordenados, mesmo com drones de baixo custo como os FPV (First Person View), que custam cerca de 500 dólares, expõe a vulnerabilidade da infraestrutura russa. Especialistas como Phil Flynn, da Price Futures Group, observam que a lentidão nas negociações de paz pode levar a novas sanções dos EUA contra a Rússia, aumentando a pressão sobre Moscou.
A volatilidade do mercado de petróleo, com os preços do Brent e WTI oscilando em torno de US$ 68 e US$ 64 o barril, respectivamente, reflete essa incerteza geopolítica. Esses eventos destacam a evolução das táticas de guerra e seu impacto direto na estabilidade econômica global. A resiliência da Ucrânia em desenvolver e empregar tecnologias de drones, mesmo diante de desafios logísticos, demonstra uma adaptação estratégica. A situação também levanta questões sobre a segurança energética europeia, especialmente para países como Hungria e Eslováquia, cujos suprimentos de petróleo são afetados por ataques ao oleoduto Druzhba, gerando tensões diplomáticas com a Ucrânia.