O ex-primeiro-ministro Han Duck-soo e a ex-primeira-dama Kim Keon-hee foram indiciados em agosto de 2025, em meio a investigações sobre a controversa declaração de lei marcial pelo ex-presidente Yoon Suk-yeol em dezembro de 2024. Estes indiciamentos representam um marco na responsabilização política de figuras de alto escalão na Coreia do Sul.
Han Duck-soo enfrenta acusações de cumplicidade em insurreição, perjúrio e falsificação de documentos oficiais, relacionadas ao seu suposto papel em facilitar a tentativa de Yoon de impor a lei marcial. A declaração de lei marcial, a primeira na Coreia do Sul em mais de quatro décadas, durou poucas horas antes de ser revogada pela Assembleia Nacional. Este incidente desencadeou uma crise política que culminou no impeachment e destituição de Yoon Suk-yeol da presidência em abril de 2025, após votação unânime do Tribunal Constitucional.
Paralelamente, Kim Keon-hee foi indiciada por acusações de suborno e fraude em ações, com investigações apontando para seu suposto envolvimento no recebimento de presentes e manipulação de preços de ações. Seu caso destaca uma série de escândalos que envolveram o casal presidencial, com alegações que remontam a mais de 15 anos, impactando a presidência de Yoon e seu partido.
A declaração de lei marcial de Yoon em dezembro de 2024 foi vista como um eco de períodos de instabilidade política anteriores na Coreia do Sul, apesar de sua curta duração. A rápida resposta do parlamento e da sociedade civil demonstrou a resiliência das instituições democráticas do país. Especialistas em relações internacionais observam que a crise política sul-coreana, exacerbada por esses indiciamentos, ocorre em um momento de crescentes tensões regionais e transições políticas globais, levantando questões sobre a continuidade da política externa sul-coreana e sua confiabilidade como aliada.
A economia sul-coreana, embora tenha mostrado resiliência, enfrenta desafios em um contexto econômico global difícil, com o enfraquecimento do won sul-coreano sendo uma preocupação. Os indiciamentos de Han Duck-soo e Kim Keon-hee são um passo crucial na busca por justiça e na reafirmação do Estado de Direito, com implicações significativas para a prestação de contas política e a conduta futura de líderes na Coreia do Sul.