A Faixa de Gaza atravessa uma crise humanitária sem precedentes, marcada por uma escalada de sofrimento e destruição. Em maio de 2025, ataques israelenses resultaram na morte de mais de 100 palestinos e na destruição de áreas residenciais, incluindo o bairro de Al-Daraj, em Gaza, onde oito pessoas perderam a vida. Em junho de 2025, a intensidade das operações militares aumentou, com ataques em áreas residenciais na parte ocidental de Gaza, causando a morte de três pessoas e ferindo outras duas. Esses eventos levaram ao deslocamento de residentes e à destruição de infraestruturas essenciais.
O Ministério da Defesa de Israel informou em julho de 2025 que mais de mil palestinos foram mortos em Gaza desde o início da operação "Gaza pela Humanidade". No entanto, a eficácia e a natureza desta operação foram questionadas, com alegações de que serve como pretexto para atingir alvos palestinos, representando uma ameaça ao estado de direito. John Kirby, porta-voz dos Estados Unidos, expressou preocupação, descrevendo a operação como um exemplo de exploração de ajuda humanitária para fins ocultos. A situação humanitária é descrita como grave, com mais de um milhão de palestinos necessitando de assistência urgente.
Dados recentes indicam que, entre 27 de maio e 31 de julho de 2025, pelo menos 1.373 palestinos foram mortos enquanto tentavam acessar ajuda alimentar, a maioria deles pelas forças israelenses. Destas mortes, 859 ocorreram nas proximidades de locais de distribuição da Gaza Humanitarian Foundation (GHF). Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, classificaram esses atos como violações graves do direito internacional e crimes de guerra, destacando o uso da fome como arma de guerra e a privação intencional de ajuda e serviços básicos.
A comunidade internacional tem respondido com esforços de assistência. A Austrália comprometeu mais de 130 milhões de dólares em ajuda humanitária desde outubro de 2023, com um pacote adicional de 20 milhões de dólares anunciado em agosto de 2025. França e Alemanha também realizaram entregas de ajuda por via aérea, embora reconheçam a insuficiência dessas medidas. A ONU e outras organizações humanitárias alertam para a necessidade de corredores de ajuda terrestre mais amplos e um cessar-fogo imediato para evitar um colapso humanitário. A Corte Internacional de Justiça ordenou a Israel a garantia de acesso irrestrito à ajuda humanitária.