Bolívia se prepara para segundo turno eleitoral com Rodrigo Paz Pereira liderando

Editado por: Olha 1 Yo

A Bolívia está à beira de uma nova era política após o primeiro turno das eleições presidenciais de 17 de agosto de 2025, que sinalizou o fim de quase duas décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS). O senador de centro-direita Rodrigo Paz Pereira emergiu como o principal nome, liderando a disputa e garantindo sua passagem para o segundo turno, que ocorrerá em 19 de outubro.

A performance de Paz Pereira, com 32% dos votos, superou as expectativas e o colocou à frente de nomes como o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga, que obteve 27% dos votos. O cenário eleitoral reflete um profundo descontentamento popular com a gestão do MAS, exacerbado por uma severa crise econômica que assola o país. A inflação, que atingiu aproximadamente 25% em julho de 2025, a escassez de dólares e a falta de combustíveis criaram um ambiente de instabilidade e desejo por mudança.

A queda nas exportações de gás natural, que historicamente sustentou a economia boliviana, agravou ainda mais o quadro, com a exportação de gás natural caindo 37% no primeiro semestre de 2025, totalizando US$ 375,5 milhões. As reservas internacionais líquidas (RIN) do país chegaram a US$ 2,807 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento em relação ao final de 2024, mas a escassez de dólares persiste, com o dólar paralelo sendo negociado a cerca de 13,37 bolivianos em agosto de 2025.

A fragmentação interna do MAS e as divergências entre o ex-presidente Evo Morales e o atual presidente Luis Arce contribuíram significativamente para o enfraquecimento do partido. Morales, impedido de concorrer, incentivou o voto nulo, que representou cerca de 20% do total de sufrágios, evidenciando a divisão e o descontentamento dentro da própria base aliada. Candidatos de esquerda, como Eduardo del Castillo, do MAS, registraram resultados expressivamente baixos, com apenas 3,2% dos votos.

Os dois candidatos que disputarão o segundo turno, Rodrigo Paz Pereira e Jorge Quiroga, propõem reformas econômicas significativas. Paz Pereira defende um discurso de proximidade com o cidadão comum e reformas no Poder Judiciário, enquanto Quiroga propõe cortes drásticos de gastos públicos e reformas estruturais. A eleição deste ano marca um ponto de inflexão na história política boliviana, com a possibilidade real de um governo de direita assumir o poder após duas décadas. A expectativa agora se volta para o segundo turno, onde os eleitores decidirão o futuro do país em meio a desafios econômicos e a necessidade de reconstruir a confiança e a estabilidade.

Fontes

  • Deutsche Welle

  • El País

  • Wikipedia

  • Euronews

  • T24

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