O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) emitiu um alerta sobre o aumento significativo do mercado de drogas sintéticas em escala mundial. Estas substâncias, que incluem metanfetaminas, ecstasy e opioides sintéticos, representam um desafio crescente devido à sua facilidade de produção e distribuição, independentemente de condições agrícolas.
O UNODC destaca a crescente prevalência de opioides sintéticos, como o fentanil e seus análogos, que são notavelmente mais potentes que a heroína. A expansão rápida deste mercado está a remodelar os padrões de tráfico de drogas, com apreensões de substâncias sintéticas a superar as de drogas tradicionais de origem vegetal. A América do Norte e o Leste e Sudeste Asiático respondem por quase 80% das apreensões globais de metanfetamina. Em particular, as apreensões de metanfetamina na Índia e Bangladesh aumentaram de 7,2 toneladas em 2013 para 20,4 toneladas em 2022.
A natureza descentralizada da produção de drogas sintéticas, não ligada a geografias de cultivo agrícola, permite que os fabricantes se adaptem rapidamente, mudando locais e modificando composições químicas para evitar a deteção. A potência destas substâncias, combinada com novas táticas de tráfico como entregas por drones e remessas menores e mais fáceis de ocultar, torna os esforços de fiscalização cada vez mais complexos. Grupos criminosos exploram lacunas legais e utilizam inteligência artificial para encontrar produtos químicos alternativos, mantendo-se à frente das regulamentações.
O UNODC apela a uma cooperação internacional reforçada, à melhoria da deteção precoce de novas substâncias e à expansão dos serviços de saúde pública para enfrentar este desafio global. A organização enfatiza a necessidade de uma resposta coordenada, que inclua a partilha de melhores práticas e inteligência entre as agências de fiscalização. A estratégia para combater as drogas sintéticas assenta em quatro pilares interligados: multilateralismo, alerta precoce, respostas de saúde e intervenções contra narcóticos.