O ano de 2025 tem sido marcado por uma escalada sem precedentes de incêndios florestais em todo o globo, com efeitos devastadores na capacidade da Terra de mitigar as alterações climáticas. Ondas de calor extremas têm assolado diversas regiões, com a Europa a registar temperaturas recordes. Em julho, a Grécia e os Balcãs atingiram picos de 43°C, enquanto a Roménia e a área de Buenos Aires também experimentaram calor invulgarmente elevado.
A intensidade do calor na Europa, com Espanha, Portugal e Itália a ultrapassarem os 40°C, elevou significativamente o risco de incêndios florestais, afetando particularmente a Grécia e Espanha. Paralelamente, o Canadá enfrenta a sua segunda pior temporada de incêndios registada, rivalizando com a devastação de 2023. Até ao final de julho, os incêndios canadianos já emitiram cerca de 180 megatoneladas de carbono, com províncias como Saskatchewan, Manitoba e Ontário a registarem emissões recordes, segundo o Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS).
A escala destes incêndios no Canadá resultou na queima de aproximadamente 7,3 milhões de hectares, superando a média nacional de 25 anos e aproximando-se dos níveis catastróficos de 2023. A fumaça destes incêndios atravessou o Atlântico, impactando a qualidade do ar na Europa. Estes eventos transformam florestas, historicamente sumidouros de carbono, em fontes de emissão, libertando grandes quantidades de CO2 e diminuindo a capacidade de sequestro de carbono, um desafio considerável para os esforços de mitigação climática.
Estudos indicam que o aumento das temperaturas globais e as secas severas intensificam a frequência e a gravidade dos incêndios, alterando ecossistemas que antes absorviam carbono. A gestão florestal e as políticas climáticas tornam-se cruciais, exigindo um esforço coordenado que priorize a resiliência a longo prazo e a integração de tecnologias avançadas com conhecimento tradicional. A necessidade de políticas climáticas abrangentes para reduzir emissões e gerir ecossistemas florestais é mais urgente do que nunca para garantir o papel vital das florestas na regulação do clima global.